I. Quem foi Barnabé?
Lendo Atos 4.36,37, descobrimos que na igreja primitiva havia um homem, natural da Ilha de Chipre, cujo nome era José. Os apóstolos lhe deram o sobrenome de Barnabé, que significa “filho de exortação” ou, de acordo com o “Novo Testamento na Linguagem de Hoje”, “aquele que dá coragem”. Durante a narrativa do livro de Atos, observamos como o significado de seu nome caracterizou sua personalidade.
II. O que fez Barnabé?
Era um homem liberal, generoso, que vendeu seu campo e trouxe o dinheiro para o trabalho de Deus. Num trecho posterior (At 9.26,27), encontramos Barnabé preocupado em entrosar Paulo, recém-convertido, no meio dos apóstolos. Além disso, passou também a treiná-lo. Leia Atos 11.19 a 30. Alguns cristãos começaram a pregar inclusive aos gentios, enquanto outros só pregavam para os judeus. Aqueles chegaram a Antioquia, sendo alguns naturais de Chipre, como Barnabé. A igreja em Jerusalém enviou a Barnabé para examinar a situação e orientar o grupo. O texto enfatiza que ele era um “homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé”. Por isso, muitas pessoas se achegaram ao evangelho de Jesus Cristo.
Então, Barnabé foi a Tarso, para encontrar Paulo e levá-lo para Antioquia. Ele poderia ter escolhido alguém mais experiente para ajudá-lo, mas optou por Paulo; trouxe-o para que ele, Paulo, compreendesse a mensagem das boas novas da salvação em Cristo e se desenvolvesse no ensino da Palavra. Barnabé investiu em Paulo, reconheceu o seu potencial e lhe deu oportunidade. Paulo tornou-se seu companheiro (At 11.30; 12.25; 13.1). Barnabé era o líder, dirigia a viagem e encorajava a Paulo e a João Marcos. Repare como até aquele momento, o nome de Barnabé era citado sempre em primeiro lugar; depois, Paulo vai assumindo a liderança. Barnabé, no entanto, não se zanga por isso.
Em Atos 15, lemos sobre o problema que os judeus cristãos criaram para com os gentios cristãos; lá estava Barnabé ao lado de Paulo para defender os gentios cristãos e foi a Jerusalém com ele para resolver esse assunto. Realmente, como Paulo, era um homem que expunha sua vida pelo nome de Jesus (At 15.22,26).
Por melhor que fosse sua personalidade e sua habilidade em lidar com pessoas e situações, Barnabé também enfrentou problemas. Com Paulo, isso aconteceu pelo menos duas vezes (At 15.36-41 e Gl 2.11-13). No problema com João Marcos, Barnabé insistiu em levá-lo e então Paulo escolheu a Silas como companheiro. Paulo já estava pronto para liderar, mas Barnabé preocupava-se com João Marcos. Será que valeu a pena Barnabé lutar por João Marcos? Vejamos. Anos mais tarde, Paulo, escrevendo aos Colossenses (4.10) e a Filemon (v. 24), apresentou João Marcos como seu companheiro e cooperador; escrevendo a Timóteo (2 Tm 4.11), pediu que Marcos viesse, porque lhe era muito útil ao ministério. Além de se tornar útil a Paulo, João Marcos também foi o autor do segundo Evangelho.
III. O que Barnabé nos ensina?
– Liberalidade – At 4.37
– Submissão ao Senhor – At 11.24
– Humildade – At 13.46 (porque cedeu a liderança a Paulo)
– Fidelidade – não colocou João Marcos contra Paulo, ao contrário, treinou-o para que se tornasse útil até mesmo para Paulo
– Disposição – em treinar, encorajar e defender os novos crentes.
Fonte: http://ensinodominicalbetel.blogspot.com/
Por Pr. Dr. Tácito da Gama Leite Filho é escritor, autor de 84 Livros; doutor em Teologia (Pontifícia Universidade Católica – RJ); doutor em Psicologia (Florida Christian University, Miame – FL – USA); fundador e diretor do CETEO – Centro de Estudos Teológicos Brasileiro –www.ceteo.com.br