Primeira viagem missionária.
Barnabé e Paulo se dirigem aos gentios (Atos 13:1- 14:48); Missão a Chipre (13:4-12); Missão à Galácia (13:13— 14:28): De Pafos a Perge (13:13), em Antioquia da Pisídia.( 13:14-52), em Icônio e Listra (14:1-18), em Icônio (14:1-7), em Listra (14:8-18), volta a Antioquia (14:19-18).
A partir deste ponto, nesta narrativa histórica de Lucas, encontramos aquilo que poderíamos denominar de Atos de Paulo, porquanto agora esse apóstolo domina o restante do livro, e outros personagens só são mencionados naquilo em que estão vinculados à sua vida e trabalho. Bastaria essa circunstância – o fato que Paulo ocupa cerca de metade do espaço do livro de Atos – para entendermos quão importante foi a figura desse apóstolo para o cristianismo primitivo. A narrativa de Lucas é a única que nos informa qualquer coisa sobre a história inicial da igreja cristã, além de algumas citações esparsas dos pais da igreja e de certos historiadores romanos. Embora houvesse outras personagens importantes, cujas histórias caíram no olvido, exceto na mente de Deus, contudo, pode-se dizer que Paulo, através de seu extraordinário intelecto e notável determinação de vontade, além de sua energia ebuliente, plantou, quase sozinho, a igreja de Cristo no mundo gentílico. O resultado desse plantio continua presente conosco até os dias presentes. Por isso, sem exagero algum, pode-se dizer que os acontecimentos que este livro aqui começa a descrever, modificaram o rumo da história da humanidade. Não há quem tenha lido as palavras dessa narrativa lucana sem ser profundamente afetado pelo que Paulo fez e foi; e grande número de pessoas, que nunca leu as Sagradas Escrituras, não obstante, tem sido afetado de algum outro modo, indiretamente.
Paulo foi um místico e homem de singular poder espiritual; suas revelações formam os temas centrais do cristianismo, e os seus labores puseram essas revelações nos corações dos homens, em suas comunidades, em seus países e pelo mundo inteiro por onde tem chegado o evangelho.
Alguns expositores, aos discutirem as fontes informativas desse material histórico, sugerem que, neste ponto, Lucas passou a utilizar-se novamente da fonte informativa antioqueana, isto é, aquelas tradições históricas preservadas em Antioquia, que diziam respeito às ações de Paulo, pois Antioquia, depois de Jerusalém, se tornara o novo centro do cristianismo primitivo. Pelo menos em parte essa opinião expressa a realidade; mas parece evidente que mui provavelmente houve outras fontes informativas separadas, acerca das várias missões evangelizadoras de Paulo, tais como aquelas provenientes de Chipre, da Galácia, de Pafos, etc., que foram localidades especificamente visitadas pelo apóstolo, quando de sua «primeira viagem missionária». Não há qualquer razão para pensarmos que Paulo não tenha relatado muitos episódios a Lucas, em primeira mão, de tal modo que a maior parte do que encontramos registrado neste livro seja testemunha do ator principal; e mais adiante, quando chegamos nas chamadas seções «nós» (aquelas em que Lucas foi testemunha ocular dos acontecimentos, a começar pelo décimo sexto capítulo de Atos), esse testemunho já é o do próprio autor sagrado. Devemo-nos lembrar, entretanto, que o livro de Atos só foi realmente escrito muitos anos depois da ocorrência dos acontecimentos relatados. Por conseguinte, Lucas deve ter empregado fontes informativas orais e escritas sobre tais acontecimentos, tendo-se valido, por semelhante modo de sua própria memória, além de algumas prováveis anotações que ele deve ter tomado de quando em vez, como preparação prévia para compilar essas magníficas narrativas históricas.
A abundância de detalhes leva-nos a ficar certos de que Lucas entrou na posse de alguns documentos escritos sobre o material histórico que aqui nos oferece. João Marcos esteve presente à primeira parte dessa jornada inicial, e talvez também tenha servido de informante. Timóteo era nativo de Listra (ver At 16:1,2), e, no trecho de II Tm 3:11, o próprio apóstolo Paulo apela para sua memória dos acontecimentos ocorridos durante aquela primeira jornada. Portanto, Timóteo pode ter sido, igualmente, consultado. É muito significativo o fato de que até mesmo intérpretes da escola liberal, os quais duvidam que algumas das informações históricas que nos são dadas no livro de Atos sejam dignas de confiança, afirmam que, a partir deste ponto, todas as ocorrências parecem muito melhor confirmadas do que no caso do material histórico registrado antes deste ponto.
1- Essa missão não foi meramente daquelas planejadas no papel, conforme são tantos empreendimentos entre os homens. Pelo contrário, tinha raízes nos movimentos naturais e necessários da história humana. Cresceu no solo dos eventos. Havia a considerar a ressurreição do Senhor Jesus, o declínio do poder espiritual do judaísmo, a descida do Espírito Santo, o rompimento entre o cristianismo e o judaísmo, o desenvolvimento do poder espiritual da igreja cristã primitiva e a grande necessidade, pelo mundo inteiro, da redenção que há em Cristo. A missão de Paulo entre os gentios foi uma extensão de um desenvolvimento natural de tais acontecimentos.
2- Uma missão precisa do homem certo, se o plano tiver de realizar-se apropriadamente. As correntes históricas não seriam suficientes para impulsionar o movimento cristão. Para isso foi preciso um Pedro, um Paulo e outros da mesma estirpe. «Não admira que a bacia do Mediterrâneo tenha começado a estremecer! Paulo liderava a missão aos gentios! O homem certo no lugar certo. Alguém já disse que o maior milagre do N.T. é o fato de que ao tempo em que a igreja cristã precisava de um homem como Paulo, Paulo se fez presente para satisfazer a essa necessidade. Tinha ele tanto o passado formativo judaico como a experiência cristã. Ele tinha o privilégio da cultura, da educação e da cidadania romanas. Possuía a mente de um filósofo e o coração e o espírito de um místico. Tinha a coragem de um cruzado e a humildade de um santo. Aceito o fato de que os acontecimentos de tal modo cooperavam para que todas as coisas estivessem preparadas para o lançamento do movimento cristão nos mares encapelados do mundo, se Paulo não estivesse presente para realizá-lo, o movimento teria passado em branco, a oportunidade ter-se-ia perdido, e o cristianismo teria sido sepultado, pelo menos por enquanto, ainda de cueiros…Todo movimento requer e reclama pelo homem certo. O que seria do movimento monástico, na Idade Média, sem Francisco de Assis e Domingos? Em que teria resultado o movimento contra a escravatura sem Lincoln e Wilberforce?
3- Paulo contava com o apoio do companheirismo e da cooperação da igreja cristã. Não estava sozinho, e a luta não pertencia exclusivamente a ele. «Não foi uma luta espetacular em solo». Paulo começou sozinho na Cilícia, mas em Antioquia era apenas um entre diversos líderes, e havia em sua companhia homens como Barnabé, que igualmente deixaram suas marcas neste mundo. «Por um número muito grande de vezes a igreja tem falhado por haver caído nas mãos de líderes proeminentes que insistem em seguir o seu próprio caminho, sem prestar contas a quem quer que seja. A maioria das seitas tem começado desse modo». É verdade que os lideres devem ir adiante, seguindo além do povo a quem lideram, mas também precisam da ajuda e do respeito daqueles a quem guiam, como igualmente da aprovação de suas respectivas missões, de tal modo que os líderes sejam aqueles comissionados pelo grupo inteiro. A «igreja» foi que separou Paulo e Barnabé para o trabalho que realizaram; esses missionários não se nomearam a si mesmos, por sua exclusiva autoridade, contando tão-somente com as suas próprias forças.
4- Paulo sempre contou com um companheiro especial, com um cooperador, que se postava a seu lado: Barnabé. Não fora a luz rebrilhante que ofuscava a todas as demais, que foi Paulo, Barnabé seria conhecido como personalidade maior do que usualmente pensamos acerca dele. Não é mesmo impossível que o movimento cristão entre os gentios pudesse ter prosseguido sob a direção de Barnabé, embora seja difícil imaginarmos Barnabé nesse quadro, sem a presença de Paulo. Não obstante, Paulo precisou de Barnabé pelo menos nessa primeira viagem missionária. «Paulo, apesar de todo o seu brilhantismo, precisava do comedido e gracioso Barnabé. Juntos, os dois fizeram o que qualquer deles isoladamente não poderia ter feito, e mais do que a soma total do que cada qual poderia ter feito separadamente foi concretizado pelos dois trabalhando juntos… Não há qualquer indicação de que Barnabé se tenha jamais sentido como um inferior, ou como quem ocupava posição secundária para com o seu colega. Quando os líderes cristãos podem trabalhar juntos nesse espírito de liderança conjunta, a igreja pode esperar poder avançar».
5- O movimento cristão era diretamente orientado pelo Espirito de Deus, e aqueles que o Espírito Santo usou foram homens de fé e de poder. O Espírito foi o agente que separou a Paulo e a Barnabé para o trabalho que fizeram, e foi quem preparou os corações dos homens para recebê-los.
13:1 Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Niger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo.
A função dos «…profetas…» era essencialmente oratória, ao passo que a função dos «…mestres…» era essencialmente didática. Contudo, não é mister que procuremos fazer a distinção entre esses termos de cada vez que eles aparecem; e neste próprio versículo talvez não haja qualquer distinção entre os mesmos. No entanto, quando tais vocábulos eram distinguidos entre si, o «profeta» só ocupava segundo lugar para os apóstolos, quanto à importância do ofício, recebendo informações inspiradas da parte do Espírito Santo; e, assim sendo, não ensinava meramente um tesouro de conhecimentos, como um «mestre» faria. Naturalmente, devemos supor que um mestre fosse homem dotado de discernimento, sujeito à orientação direta do Espírito Santo, embora talvez em nível menos místico ou óbvio do que os profetas, que eram homens de considerável poder psíquico, sujeitos a transes e visões, capazes de predizer o futuro. Pode-se observar o caso de Ágabo, que era conhecido como um «profeta».
Os dois ministérios não eram necessariamente idênticos, embora o ofício mais elevado de profecia comumente incluísse o ofício menor do ensino. O primeiro subentende uma mensagem mais diretamente recebida de Deus, proveniente do Espírito Santo. O último implica em uma instrução mais sistemática, em que a razão e a reflexão desempenham o seu devido papel.
A gramática grega, neste ponto, ao utilizar-se do duplo «te», dá-nos a entender que havia três profetas (Barnabé, Simeão e Lúcio), ao passo que os dois outros eram mestres (Manaém e Saulo). Mas o próprio fato de que Saulo é classificado como «mestre», quando, na realidade era o maior «profeta» de todos eles, mostra-nos que não havia qualquer distinção a ser feita entre esses dois ofícios, neste versículo.
Dentre os cinco líderes da igreja cristã de Antioquia, três deles não passam de nomes para nós, embora certas tradições, infelizmente não muito dignas de confiança, digam-nos algo mais sobre eles. (Mas ver as notas expositivas, no último parágrafo, que talvez expliquem isso). Certamente é exagerar o sentido do texto sagrado ver aqui (versículos primeiro a terceiro) o começo de uma «sucessão apostólica», uma doutrina em parte alguma ensinada no N.T., não passando de um produto da tradição posterior, refletido sobre o N.T. em lugares extremamente ineptos, como aqui. Não há qualquer sinal de que algum ‘apóstolo’, no sentido mais estreito da palavra, estivesse presente; e a ideia de que havia uma ‘consagração para o apostolado’ faz oposição direta com a insistente reivindicação de Paulo de que ele era ‘apóstolo’ não da parte de homem algum, ou através dos homens, mas através de Jesus Cristo (ver Gl 1:1). É fácil que os preconceitos governem a interpretação dos textos sagrados, e que Os homens enxerguem ordens e estruturas eclesiásticas em lugares onde não há tais coisas, como é o caso de «papas», «cardeais», «arcebispos», «monsenhores» e outros títulos surgidos posteriormente, dentro da maquinaria eclesiástica, entre os quais absurdos devemos incluir a ideia da «sucessão apostólica».
Abaixo oferecemos comentários pessoais sobre os cinco líderes cristãos da igreja de Antioquia:
1. Barnabé, já visto na introdução do trimestre.
2. Simeão, que tinha por sobrenome Niger. Talvez seja o mesmo Simão de Cirene, que ajudou a transportar a cruz do Salvador (ver Mc 15:21 e Lc 23:26), embora pareça estranho que, se assim tivesse sido, estando Lucas portanto cônscio do fato, não tenha o autor sagrado mencionado tal observação ao citar seu nome, o que certamente seria uma informação de interesse, em associação à sua pessoa. Todavia, o nome deste «Simeão» (Niger) parece indicar a tez escura da África. Esse epíteto mui provavelmente lhe foi dado a fim de distingui-lo de muitos outros indivíduos do mesmo nome, porque esse apelativo era extremamente comum então.
3. Lúcio de Cirene. Diversas tentativas têm sido feitas para identificar este personagem com Lucas, o evangelista, autor da dupla narrativa Lucas-Atos. No entanto, mesmo que esses nomes se derivem da mesma raiz, conforme alguns estudiosos asseveram, não é provável que fosse aqui apresentada essa variação da designação pessoal de Lucas. O líder da igreja aqui em foco provavelmente deve ser identificado com o grupo de missionários mencionado em At 11:19-21. Alguns intérpretes identificam-no com o «Lúcio» do trecho de Rm 16:21, que é chamado «parente» de Paulo; mas nesse caso, tudo que ali se depreende é que ele era judeu. Ele é ali descrito como um dos «cooperadores» de Paulo. Se o Lúcio de Cirene, aqui mencionado, e o Lúcio de Rm 16:21 são um só indivíduo, isso eliminaria automaticamente a sua identificação com Lucas, posto que Lucas era gentio, não parente (judeu) do apóstolo Paulo. É provável que uma das razões pelas quais alguns estudiosos têm procurado identificar esse «Lúcio» com o evangelista Lucas é que Heródoto (iii.131) informa-nos de que os médicos deCirene tinham a reputação de serem considerados inferiores somente aos de Crotona, conforme a opinião dos gregos. Outrossim, Galeno, o médico, diz que Lúcio fora antes dele um distinguido médico, em Tarso da Cilícia. Assim, pois, alguns têm imaginado que Lucas teria estudado medicina em Cirene e dali teria partido para Tarso da Cilícia, onde teria conhecido Saulo, talvez vindo a converter-se por intermédio dele. Tudo isso, entretanto, não passa de pura suposição.
4. Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca. Seu nome significa consolador (o grego apresenta uma forma de uma raiz hebraica). Foi criado como irmão de criação de Herodes, o tetrarca, também conhecido como Herodes Antipas, assassino de João Batista. Quão grande foi o destino desse homem, na vida, em comparação com seu irmão de criação, Herodes. Aos olhos do mundo foi muito menos bem-sucedido do que Herodes, porquanto obteve menor fama; mas, na realidade, por ter sido simples líder da igreja cristã de Antioquia, recebeu de Deus uma honra incomparável, e assim ocupava posição muito superior à de Herodes, aos olhos de Deus. O historiador judeu do tempo dos apóstolos, Josefo, mencionou um indivíduo anterior, de nome Manaém, que era essênio e amigo de Herodes o Grande; e é bem possível que esse homem tivesse sido parente do Manaém do texto à nossa frente. A conversão de Manaém mostra-nos que o evangelho já havia penetrado em lugares elevados e contava com alguns poucos conversos, até mesmo nos círculos do governo. O «Manaém» mencionado por Josefo é descrito em sua obra Antiq. xv.10, §5. Tratava-se de importante elemento entre os essênios, e evidentemente possuía o dom profético. Predisse a grandeza futura de Herodes o Grande, e, quando do cumprimento dessa predição, Herodes procurou honrar ao profeta. É possível que essa honra tenha tomado a forma que o «filho» ou «neto» de Manaém foi criado no palácio real; e, se essa conjectura é correta, então o «Manaém» deste texto seria esse «filho» ou «neto». Entretanto, não possuímos meios para confirmar essa ideia.
5. Saulo. O fato de que o nome de Paulo aparece em último lugar aqui, como um «mestre», em contraste com o ofício mais elevado de «profeta», talvez sugira-nos que Lucas teria se utilizado de uma fonte informativa bastante antiga, que antecedia ao levantamento de Paulo como um dos principais líderes da igreja cristã.
13:2 Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espirito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Essa adoração deve ter sido aquele culto formal, segundo o padrão judaico, que incluía o jejum ritualista. As segundas e quintas-feiras era comum entre os judeus mais piedosos, frequentarem formas públicas diversas de culto e de reuniões nas sinagogas, com o acompanhamento do jejum. Nos sábados ordinários costumavam frequentar os cultos nas sinagogas, mas não jejuavam. O vocábulo grego aqui utilizado para dar a ideia de servir é a mesma palavra mais tarde usada para indicar a adoração litúrgica formal (nossa palavra portuguesa «liturgia» se deriva desse vocábulo); mas ainda era cedo demais para vermos aqui qualquer uso técnico da palavra, ainda que seja perfeitamente possível que a adoração aqui em pauta fosse dessa modalidade ritualista. Isso não significa, entretanto, que não era um culto sincero e proveitoso, porquanto o Espírito Santo falou com eles nesse período de adoração e preces.
Qual é o valor espiritual do jejum? Eis um exercício espiritual que tem perdido sua popularidade na adoração religiosa, talvez como sinal de nossos tempos, que se caracterizam por grande ausência de disciplina; pois, acima de tudo, o jejum requer disciplina. Não obstante, é fato bem conhecido entre os estudiosos do misticismo, que o jejum tem seu valor como preparação da alma, para que possa exercer suas funções mais elevadas, porque, nesse estado, os apetites do corpo são negados, e esses apetites sempre impedirão as faculdades mais exaltadas da alma. A máxima que diz que a alma brilha mais quanto menor for aatenção dada ao corpo, parece expressar uma verdade, especialmente no que concerne ao jejum e a tudo que diz respeito aos apetites físicos. O jejum, pois, fazia parte importante da adoração judaica, e evidentemente continuou assim na igreja cristã primitiva.
História do jejum, nas Sagradas Escrituras. As palavras hebraicas usadas para indicar o «jejum» podem significar simples abstinência de alimentos, mas há uma expressão hebraica, «inna napso», que significa «afligir a alma». A princípio o jejum foi instituído como uma das exigências anuais vinculadas às festividades religiosas de todos os anos. Os hebreus jejuavam no dia da Expiação (ver Lv 16:29,31; 23:27-32 e Nm 29:7). Após o exílio babilônico, o jejum passou a fazer parte das quatro outras festas anuais religiosas (ver Zc 8:19), que assinalavam grandes tragédias na história nacional judaica. O trecho de Et9:31 talvez deixe entendido o estabelecimento ainda de um outro jejum regular.
O jejum era expressão de tristeza (ver I Sm 31:13; Ne 1:4; Et 4:3 e Sl 35:13,14); da penitência (ver I Sm 7:6; Dn 9:3,4; Jn 3:5-8); de humilhação (ver Ed 8:21; Sl 69:10); de punição auto infligida, como meio de mostrar a Deus a própria sinceridade, na busca pela sua orientação, o que parece ter sido o fator que mais perdurou, no que tange a essa atividade religiosa (ver Êx 34:28; Dt 9:9; II Sm 12:16-23). A prática desse princípio levou os homens a pensarem que o jejum tem alguma forma de mérito automático diante de Deus (ver Is 58:3,4), e essa era a atitude de muitos líderes eclesiásticos dos tempos do Senhor Jesus.
Nos tempos neotestamentários, em adição àquelas ocasiões, mencionadas nos parágrafos imediatamente acima, os judeus piedosos costumavam jejuar todas as segundas e quintas-feiras (ver Lc 18:12). Outros talvez costumassem jejuar com maior frequência ainda, como parece ter sido o caso da profetisa Ana (ver Lc 2:37). O Senhor Jesus jejuou em certos lances de seu ministério, como se vê em Mt 4:1-4. Sempre o Senhor teve como implícito que seus ouvintes jejuariam, não tendo condenado a esse costume, mas ensinava aos seus seguidores que deveriam jejuar visando a glória de Deus, e não a fim de se ostentarem diante dos homens. (Ver Mt 6:16:18). O Senhor Jesus nunca ensinou aos seus discípulos a que não jejuassem, mas instruiu-os sobre um tempo mais apropriado para fazê-lo (quando ele se ausentasse deles). (Ver Mt 9:14-17; Mc 2:18-22 e Lc 5:33-39).
No livro de Atos vemos os líderes cristãos a jejuarem quando da escolha de missionários, o que evidentemente era prática que aplicava o jejum como meio de buscar a orientação divina (ver At 13:2,3 e 14:23). Paulo menciona por duas vezes os seus jejuns (ver II Co 6:5 e 11:27), mas não sabemos se esse jejum era voluntário ou ritualista.
O jejum, quando corretamente usado, sem dúvida alguma é de inestimável valor no desenvolvimento espiritual e na busca pela orientação divina. O jejum e a meditação, ambos poderosos agentes na liberação dos poderes da alma, se têm perdido para a moderna igreja evangélica. Pensa-se atualmente que a simples leitura das Escrituras e a fala com Deus (isto é, a oração), mas desacompanhada da meditação (que é o ouvi-lo), sejam suficientes. O estado anêmico das igrejas comprova quão errada é essa suposição. Porém não é provável que o jejum ou a meditação venham a ser em breve restaurados nas igrejas evangélicas que não simpatizam nem com uma e nem com outra prática, e nem têm a disciplina necessária para torná-la útil.
A palavra aqui traduzida por «…servindo…» envolve a oração, o jejum, a meditação, a exortação, provavelmente uma combinação de todos esses elementos. Tudo isso pode ter sido feito propositalmente para buscar a orientação divina sobre o que deveria ser feito em seguida, para obtenção do progresso das atividades missionárias da igreja; ou então essa orientação divina pode ter surgido como um resultado natural. Seja como for, a importância desse exercício fica aqui amplamente ilustrada.
Os missionários cristãos costumavam seguir de dois em dois. O Senhor Jesus enviara seus apóstolos em pares (ver o décimo capítulo de Mateus), como também fizera no caso dos setenta discípulos (ver o décimo capítulo de Lucas). Neste caso os primeiros missionários cristãos são enviados formando um par. Trata-se de uma excelente prática, que ainda é aplicada por algumas seitas, como os mórmons. Segundo o programa missionário do catolicismo romano, um homem vai sozinho, nas missões evangélicas um homem vai com sua esposa ou, no caso de uma mulher missionária, esta vai sozinha ao campo, o que é prática bastante duvidosa.
As palavras «…a obra…» sem dúvida indicam o tema desta narrativa, o ministério da propagação do evangelho cristão, e tudo quanto nisso está envolvido. O Espírito Santo falou com aqueles crentes primitivos e lhes deu instruções específicas, provavelmente através da declaração inspirada de algum dos profetas mencionados. Ver o trecho de Atos 15:28, onde se lê: «…pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…», o que indica como as declarações espirituais eram mediadas e vinham através de instrumentos humanos. Este presente incidente, juntamente com muitos outros episódios registrados no N.T., mostram como os discípulos consideravam o Espírito Santo uma pessoa, e não uma mera influência, como alguém que andava bem perto deles, capaz de conduzi-los e disposto a isso.
Desde os tempos mais iniciais a conversão dos gentios se tornou a vocação especial de Paulo; e isso foi anunciado até mesmo quando de sua conversão. (Ver At 26:16-18 e 9:15). Essa vocação é aqui confirmada novamente por sanção apostólica (conforme lemos no trecho de Gl 2:7,8). Pode-se notar como os instrumentos especiais de Deus são escolhidos e orientados.
É evidente que Paulo passou mais de dez anos na Cilícia e na Síria, as áreas ao redor de sua cidade de Tarso, antes desta ocasião, estabelecendo igrejas. Foi nessa atividade de Paulo que teve verdadeiro começo a missão evangelizadora dos gentios. Agora Paulo era comissionado, pela igreja de Antioquia a dar prosseguimento a esse ministério, de maneira toda especial. Não foi muito depois disso que ele veio a ser reconhecido como o apóstolo dos gentios, da mesma maneira que o grande Pedro era o apóstolo dos judeus (ver Gl 2:7,8). Assim, pois, Deus selecionou esse homem, Paulo, e o conduziu em sua carreira.
No entanto, o que foi verdade com respeito ao apóstolo Paulo, é verdade com respeito a todos, pois cada indivíduo tem a sua própria missão, sendo responsável, diante de Deus, pela devida realização de sua respectiva missão. Outrossim, cada indivíduo tem um destino especial, bem como uma eternidade especial e sempre será um indivíduo sem-par, de alguma forma, como instrumento para a glória de Deus.
13:3 Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram.
Algumas interpretações eclesiásticas eivadas de preconceitos imaginam em vão que Paulo foi nesta ocasião consagrado como apóstolo; mas o próprio testemunho de Paulo, que é claríssimo, é que ninguém o chamou para esse ofício, embora a sua autoridade apostólica tenha sido finalmente amplamente reconhecida pelos homens. (Ver Gl 1:1; 2:7,8). É fácil alguém pensar que pode encontrar nas Escrituras a defesa para certas noções e organizações eclesiásticas que, na realidade, ainda não existiam nos tempos bíblicos, vendo ali «bispos», «arcebispos», «cardeais» e até mesmo «papas», quando nada dessas coisas então existia. Outrossim, é fácil alguém considerar um texto bíblico como este e ver nele a chamada «sucessão apostólica», quando, no N.T., não existe em parte alguma tal ensinamento. Tais ensinos e práticas pertencem a um período muito posterior, e usualmente têm por base diversas tradições e práticas, e não textos do N.T. O valor dessas coisas acrescentadas pela tradição (se é que tais práticas têm realmente valor e devam ser preservadas), deveria ser demonstrado pelo seu uso, e não apresentadas como se fizessem parte integrante da estrutura original da igreja cristã neotestamentária.
NESTE caso de Paulo encontramos a simples afirmação sobre um novo âmbito de serviço ao qual o Espírito Santo o chamava; e Barnabé igualmente participou dessa consagração a um novo serviço. É óbvio que não havia nisso qualquer intuito de fazer de ambos mais do que simples missionários ungidos para a tarefa que recebiam, e a imposição de mãos teve por finalidade ser um rito formal que lhes conferia a aprovação e as bênçãos da igreja, a fim de que se atirassem a campo como representantes oficiais da igreja de Antioquia.
A imposição de mãos era um método usado para a consagração de indivíduos às funções oficiais da igreja cristã, desde os tempos primitivos. Sem dúvida essa prática foi tomada por empréstimo do judaísmo, mas também passou a ser utilizada como uma forma de aprovação e reconhecimento de alguém que era designado para alguma tarefa especifica inteiramente à parte de qualquer ofício especial. Essa imposição de mãos podia ser formal ou informal. Paulo e Barnabé já eram ministros reconhecidos na igreja; e assim, nesta instância, não estava envolvida qualquer consagração a um ofício eclesiástico; antes, havia a ideia de aprovação e de bênção, por parte da igreja, para que os missionários fossem bem-sucedidos em sua obra.
«Não havia aqui consagração ao ministério, e, sim, uma solene consagração à grandiosa tarefa missionária para a qual o Espírito Santo os chamava. Se a igreja inteira ou não participou da cerimônia, isso não é claro, embora, no trecho de At 15:40, os irmãos houvessem recomendado a Paulo e Silas ao Senhor. É possível que alguns elementos, neste caso, tenham agido em lugar da igreja inteira, em que todos os crentes aprovavam o empreendimento. Mas Paulo deixa claro, em Fp 4:15, que a igreja em Antioquia não fez qualquer contribuição financeira para a campanha, tendo demonstrado tão-somente sua boa vontade. Contudo, isso é mais do que a igreja de Jerusalém teria feito como um todo, posto que Pedro fora convocado ali para explicar suas atividades em Cesaréia (ver At 11:1-18). É evidente que Barnabé e Saulo não possuíam recursos financeiros para fazer a viagem missionária às suas próprias custas. Foi a igreja de Filipos quem primeiro contribuiu com dinheiro para as campanhas de Paulo.
Ainda havia pagãos em número suficiente em Antioquia, mas a igreja aprovou a ida de Barnabé e Saulo, seus melhores elementos». (Robertson, in loc., que apresenta aqui poderoso argumento em favor das missões evangelizadoras). 13:4 Estes, pois, enviados peto Espirito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.«…Selêucia…» era o porto de mar de Antioquia e estava situada a oito quilômetros da desembocadura do rio Orontes, que deságua no mar Mediterrâneo, sendo, por isso mesmo, uma cidade fluvial. Até hoje há restos do antigo porto. Numerosas habitações particulares, a porta do mercado, um templo helênico e um martirológico cristão ou templo memorial do século V D.C., têm sido ali desenterrados. O próprio porto ficava acerca de vinte e seis quilômetros de Antioquia. Foi construído por Seleuco Nicator, em 301 A.C., onze anos após ter ele fundado o reino selêucida. A cidade jaz ao pé do monte Rosus, para o norte, e ela mesma ficava na extremidade nordestina de uma bela e fértil planície que ainda hoje é notória por sua beleza. Essa cidade mudou de mãos por diversas vezes quando das guerras entre os reis Ptolomeus e Selêucidas, e então permaneceu nas mãos dos Ptolomeus até 219 A.C., quando foi capturada porAntíoco o Grande. Este a ornamentou grandemente, mas eis que, dentro em breve, tornou a perdê-la para Ptolomeu Filômetro, em 146 A.C. Os romanos, sob Pompeu, fizeram dela uma cidade livre, em 64 A.C., e a partir desse tempo floresceu até à sua decadência, que ocorreu no princípio da era cristã. Nas Escrituras, essa cidade é referida somente nesta passagem do livro de Atos, embora provavelmente seja o porto subentendido nos trechos de Atos 14:26 e 15:30,39, embora não seja ali referido por nome.
Atualmente a Selêucia consiste em uma extensa ruína, que tem convidado intensa investigação arqueológica. Existem remanescentes de antigos edifícios, portões, muralhas, um anfiteatro, bem como o porto interno, além do grande condutor de água construído por Constantino em 338 D.C., que foi construído de rocha sólida, sendo usado com o propósito de desviar as torrentes que desciam do monte em direção à cidade. Restos desse condutor, além de outros remanescentes mencionados, podem ser encontrados ali até hoje.
A comissão dos missionários cristãos veio exclusivamente da parte do Espírito Santo. É o que se depreende das palavras «…enviados… pelo Espírito Santo…»«Ó, vós, líderes da igreja! Cuidado, pois de outro modo tereis de responder a Deus, para jamais impordes as mãos sobre a cabeça de um homem, acerca de quem não tendes justa razão por acreditar que Deus o chamou para a obra; seus olhos devem ser singelos e seu coração deve ser puro. Que ninguém seja enviado a ensinar o cristianismo se não houver ainda experimentado o poder de Deus, na salvação de sua própria alma. Pois se o fizerdes, embora ele leve a vossa autoridade, jamais poderá contar com a bênção e a aprovação de Deus. ‘…pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o Senhor’ (Jr 23:32)». (Adam Clarke, in loc.).
O elevado contorno da ilha de Chipre pode ser visto da embocadura do rio Orontes. Essa ilha era o objetivo inicial da «primeira viagem missionária». Muitos comentadores bíblicos dividem as jornadas missionárias de Paulo em três jornadas distintas, embora não seja muito claro que Lucas pretendia que sua narrativa fosse assim entendida, porquanto se pode observar a rapidez com que ele passa da «segunda» para a «terceira» viagens de Paulo (ver At 18:22,23). É perfeitamente possível que tenha havido mais de três dessas viagens.
Quando partiram inicialmente, parece que Barnabé ocupava posição de maior liderança, por ser nomeado em primeiro lugar, segundo presumivelmente aparecia na fonte histórica utilizada por Lucas (ver o sétimo versículo deste capítulo, bem como At 14:14). Contudo, o autor sagrado mostra sinais de que dava a Paulo a proeminência, bem cedo no trecho dos «Atos de Paulo», conforme se tem denominado os capítulos décimo terceiro a décimo oitavo do livro de Atos. (Ver os vss. 13,43-46 e 50 deste capítulo). Pode-se observar que, em Listra, Barnabé é que foi confundido com Júpiter (At 14:12), ao passo que Paulo pareceu ser Hermes para os naturais da cidade, por ser este último o principal porta-voz da palavra, e Hermes era o mensageiro dos deuses, segundo a concepção pagã dos helênicos. Paulo, portanto, era o orador principal dos dois, e evidentemente foi o alvo principal da oposição que lhes fizeram. (Ver At 14:19).
Chipre, pois, foi o primeiro passo dessa nova aventura. Era a terra natal de Barnabé (ver At 4:36), e sem dúvida os dois missionários devem ter pensado que era um bom lugar por onde começar a obra. O evangelismo que levaram a efeito ali começou, como era costumeiro, na sinagoga, mas certamente estaríamos equivocados se imaginássemos que essa missão não tencionava incluir o evangelismo entre os gentios, uma vez que a obrigação que eles sentiam para com os judeus estivesse satisfeita.
Após o trabalho de evangelização em Chipre é óbvio que foi planejada uma missão entre os gentios puros, embora nem mesmo essa excluísse aos judeus; tão-somente visava particularmente aos gentios, bem como aqueles de sangue puro, isto é, sem mistura com a raça judaica. Alguns estudiosos pensam que João Marcos talvez tenha regressado a Antioquia exatamente por essa razão, isto é, quando percebeu que tipo de empreendimento seria aquele, porquanto talvez ele fosse um judeu estrito, quiçá semelhante em atitude àqueles que se opuseram ao apóstolo Pedro, por ter ele se misturado com gentios e ter pregado a eles em Cesaréia (ver o décimo capítulo do livro de Atos).
«Os dois apóstolos estavam agora de pé, na praia daquele grande mar, o Mediterrâneo, que banha as ilhas e as costas onde se encontram situados os principais interesses das nações e dos idiomas da terra. Haveriam, por conseguinte, de se atirarem de imediato no objetivo final de seus labores, ou deveriam antes apenas tentar se aproximarem, gradualmente, desse propósito mais elevado e mais remoto? Para os seus olhos espirituais, que atravessavam o tempo ainda distante, a grande ilha de Chipre era o primeiro objetivo que se apresentava ante eles. Era o lugar do nascimento de Barnabé, bem como a terra natal de todos aqueles que haviam contribuído especialmente para a formação da primeira igreja cristã gentílica, em Antioquia. Como poderiam eles jamais negligenciar aquela ilha, que tinha tantos vínculos e atrações para eles? Tais considerações devem tê-los induzido a fazer da ilha de Chipre o seu primeiro lugar de desembarque, bem como a primeira cena dos seus labores». (Baumgarten, in loc.).«O mais humilde serviço que nos for requerido, de conformidade com a chamada divina, é honroso e digno de ser realizado; as mais elevadas dignidades não são dignas, se vierem exclusivamente dos homens, de serem objetos de nossa realização». (Reiger, in loc.).«Tão tranquilamente que as pessoas quase não perceberam o que acontecia, a missão cristã foi lançada. Assim também Cristo veio, em silêncio, quase despercebido». (Theodore P. Ferris, in loc.).
A Obra e a Orientação Do Espírito
- Os antigos títulos atribuídos ao livro de Atos, incluíam aquele sugerido por alguns dos primeiros pais da igreja: «Atos do Espírito Santo». Esse livro pressupõe, do princípio ao fim, que o Espírito Santo é a força dirigente do movimento dos primeiros missionários cristãos.
- O Pentecoste (ver Atos 2), foi o princípio das operações do Espírito; e esse ato proveu para a igreja o seu nascimento e o poder necessário para sua expansão.
- Por ser criador (ver Gn 1:26,27), o Espírito Santo também é capaz de realizar criações espirituais (ver II Co 5:17); e, assim sendo, ele é a força por detrás de toda a espiritualidade (ver Gl 5:22,23), a começar pela conversão (ver Jo 3:3).
- Ele dirige ativamente os ministros do evangelho (ver At 16:6,7,10).
- Ele santifica àqueles que converte (ver Rm 15:16).
- Ele exerce um ministério no mundo, e não apenas na igreja (ver Jo 16:8-11).
- Ele é o mestre supremo (ver Jo 14:26).
- Glorificar Cristo e promover a sua causa é o objetivo de seus esforços (ver Jo 15:16).
- Ele habita nos santos (ver Ef 2:20); tornando-os templos de Deus e conferindo-lhes acesso a Deus.
- Ele ajuda-nos em nossas fraquezas (ver Rm 8:26).
- Temos a capacidade de resistir o Espírito Santo (ver At 7:51), bem como de entristecê-lo (ver Ef 4:30).
- Ele é o nosso guia (ver Jo 16:13).