Lição 12 – Revista Betel – Jacó abençoa os filhos de José

Fonte: EBD Areia Branca

Texto Áureo

“Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, ainda que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos avisadamente, ainda que Manassés era o primogênito”. Gn 48.14

Verdade Aplicada

Se vemos a mão de Deus em todas as coisas, devemos dei­xar nas mãos de Deus todas as coisas.

Objetivos da Lição

?      Mostrar as promessas de Deus fortalece os seus filhos;

?      Ensinar a depender de Deus; e

?      Apresentar os pais abençoan­do os filhos.

Textos de Referência

Gn 48.3 E Jacó disse a José: O Deus Todo-poderoso me apare­ceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou,

Gn 48.4 E me disse: Eis que te farei frutificar e multiplicar, e te porei por multidão de povos, e darei esta terra à tua semente depois de ti, em possessão per­pétua.

Gn 48.13 E tomou José a am­bos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e a Manas­sés na sua mão esquerda, à direi­ta de Israel, e fê-los chegar a ele.

Gn 48.14 Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, ainda que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos avisadamente, ainda que Manassés fosse o primogênito.

Gn 48.18 E José disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça.

Gn 48.19 Mas seu pai o recusou e disse: Eu o sei, filho meu, eu o sei; também ele será um povo e também ele será grande; con­tudo, o seu irmão menor será maior que ele, e a sua semente será uma multidão de nações.

Ajuda Versículos

Ajuda 1

 

Ajuda 2

Os Filhos de José Entre os Doze 48.1-7

 

A refe­rência a Luz (Betel) faz lembrar o relato da fonte Sacerdotal desse episódio (35: 9-15). Esta perícope aparentemente apresenta uma versão diferente da constante no capítulo 35, pois no versí­culo 4 aparecem “povos”, enquanto “nações” ocorrem no capítulo 35, e nota-se a adição de perpétua à oferta da terra.

 

Nesta bênção, Jacó deu tanto a Efraim como a Manassés direito de participar em pé de igualdade com as doze tribos. Nessa época isso significava que Jacó estava reivindicando 13 filhos. Nunca haveria mais do que doze tribos, todavia, embora a relação parecesse ser diferente em épocas diferentes. Foi feita a decla­ração adicional de que quaisquer outros filhos nascidos a José no futuro também seriam contados como família de Efraim ou de Manassés.

 

Muita discussão se levantou a respeite da razão por que Jacó mencionou Raquel neste contexto (v. 7). Davies atribui esta menção às memórias que ocorreram a Jacó ao ver os dois netos. Von Rad não vê nenhuma “relação reconhecível com o que se segue ou antecede”. Speiser crê que “a sua pertinência é facilmente indi­cada”. Visto que a morte roubara de Jacó a sua amada Raquel, ele sentia-se justificado em substituir os filhos que Raquel poderia ter tido por dois de seus netos. A expressão “para minha triste­za”, constante no v. 7, na versão RSY inglesa (“morreu-me Raquel no cami­nho, para minha tristeza”), é a chave da melancólica opinião de Jacó a respeito da vida, no decorrer dos anos que se passa­ram desde a morte dela.

 

As Bênçãos de Efraim e Manassés (48.8-22)

 

A bênção de Jacó foi pronunciada em vários estágios. Primeiro ele abraçou afetuosamente os netos (v. 10), tendo-os, aparentemente, entre os joelhos (e não sobre estes). Em seguida, José tirou os seus filhos de entre os joelhos de Jacó e, colocando Manassés à sua esquerda e Efraim à sua direita, ajoelhou-se com eles, prostrando-se diante de seu pai. Estavam todos em uma posição correta, para receberem a bênção de Jacó. Foi por estar com os olhos fechados e a cabeça curvada que José não viu Jacó cruzar as mãos (heb., entrançar), colocando a mão direita sobre a cabeça do neto mais novo, preparando-se para a inversão da bênção esperada. Se estava cego, como é que Jacó sabia qual deles era Efraim? Ele sabia como José os colocara, ou não estava completamente cego. Quando José abriu os olhos, viu o que havia aconte­cido e apresentou a sua objeção.

 

A inversão da bênção é reminiscente do engano de Isaque, mas aqui o próprio patriarca fez a modificação. Essa mano­bra previa a história das tribos de Efraim e Manassés, pois, logo depois do estabe­lecimento permanente em Canaã, Efraim havia conseguido a ascendência. Em Números 26, uma lista mais antiga, Ma­nassés é colocado antes de Efraim; em Números 1, geralmente considerada como posterior, a ordem é inversa. Pos­teriormente, Oséias usaria o título de Efraim como sinônimo de Israel (Os 4:17; 5:3).

 

A bênção está na forma de hino litúrgico, mas, ao invés de usar a segunda pessoa, este hino emprega frases participiais, para retratar o Deus que está sendo descrito. Tanto o estilo quanto o vocabulário fazem lembrar Isaías 40 a 55, mas este hino é definidamente mais antigo do que a passagem de Isaías e provavelmente a influenciou. A bênção expressa três ênfases: a presença de Deus com os pais, como ele cuidou de Jacó, e uma invocação para que ele perpetue os nomes patriarcais na prosperidade de seus descendentes.

 

A referência mais importante é o anjo que me tem livrado, que é claramente Deus aparecendo em forma humana. O único incidente ocorrido nesta conexão fora em Peniel. Aquele a quem Jacó temia poderia tê-lo matado, se não se tivesse tornado o seu redentor. Esta é go’el, uma das grandes palavras do Velho Testamento, aparecendo aqui pela primeira vez. Significa o “parente mais próximo”, o responsável por defender a vida, integridade ou propriedade de um parente, e que tinha a responsabilidade de vingar a sua morte. Aqui Jacó chamou o anjo de Deus de go’el (cf. Rt 1-3; Is 40-55; 59:20; Jó 19:25). Alguns exposi­tores mais antigos igualam este “anjo redentor” com Jesus Cristo, mas dificilmente esta é a maneira como deve ser entendida a sua relação com esta passa­gem. É melhor considerar que a ideia expressa aqui alcançou o seu significado maior em Cristo. Em sua obra de salva­ção, Deus tornou-se um redentor no sen­tido que vai além de qualquer coisa que Jacó tenha imaginado.

 

A segunda declaração, nesta bênção, é mais individualista (v. 20). Os pronomes são da segunda pessoa do singular. A ênfase em que todo o Israel se abençoará, ao desejar ser tão afortunado quanto Efraim e Manassés, possivelmente data esta passagem em uma época de prosperidade nacional, mais provavelmente o reinado de Jeroboão II, nos meados do oitavo século a.C.

 

Um pedaço de terra, literalmente “um ombro”, é um mistério para os comen­taristas. Em nenhuma outra passagem de Gênesis se menciona esta expressão, e pode ter provindo de tradição mais antiga, não mais existente na literatura do Velho Testamento, a respeito de uma conquista desconhecida de Jacó. Isso, contudo, não diminui a sua importância. A expressão “um pedaço de terra” (shechem) é a mesma que costumeiramente é traduzida como “Siquém”, mas o uso de “um” com ela parece excluir o nome próprio. Fosse o pedaço de terra “shechem” (monte Gerizim) ou a pró­pria Siquém, o local é o mesmo. A alusão mais natural seria à conquista de Siquém por Simeão e Levi, mas o fato de Jacó ter reprovado essa conquista, tanto em sua narrativa (cap. 34) quanto na bênção (49:5), parece contradizer esta aplicação. Contudo, pode ser que, depois de longos anos no Egito, Jacó pudesse considerar nostalgicamente aquele “pedaço de terra” como sua propriedade por direito, embora a sua conquista fosse questio­nável ou merecedores de culpa os seus participantes.

 

Bibliografia C. T. Francisco


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