Introdução
A palavra legado vem do (latim legatum, -i, doação por testamento)
1. Aquilo que se deixa por testamento a quem não é herdeiro forçoso ou principal.
2. O que é transmitido a outrem que vem a seguir.
Estudaremos qual o legado o que Jesus Cristo, o que ele deixou para sua igreja. E que marcas a igreja deve transmitir hoje ao mundo.
1. O legado histórico
Visite qualquer parte do mundo hoje em dia. Fale com pessoas de qualquer religião. Não importa o quão comprometidas estejam com a sua religião em particular, se elas conhecem alguma coisa sobre a história terão de admitir que nunca houve um homem como Jesus de Nazaré.
Ele é a personalidade mais singular de todos os tempos. Jesus Cristo mudou a direção da história.
Em sua curta existência, apenas 33 anos de idade, foi um homem que mudou os paradigmas da humanidade. Hoje, a história se conta a partir do ano de seu nascimento. E se divide em antes de Cristo (a. C.) e depois de Cristo (d. C).. Reconhecimento inegável do seu papel histórico, independente de crenças e religiões.
Cristo mudou a história, com seu comportamento manso e amoroso, bem como com suas mensagens de esperança numa vida eterna plena da presença de Deus, para aqueles que o aceitarem como sendo o Filho de Deus.
Pode-se estudar a personalidade de grandes homens e pensadores da história, através de suas obras, biografias, da vida e fruto de seus discípulos, mas, ninguém teve uma personalidade tão complexa, misteriosa e difícil de ser compreendida, como a de Jesus Cristo. Ele não apenas causou perplexidade nos homens mais cultos de sua época, mas, ainda hoje, suas mensagens são capazes de perturbar a mente de qualquer um que queira estudá-lo livre de dogmas e julgamentos preconcebidos.
1.1 A história de Jesus nos Evangelhos
As principais fontes de informação sobre a vida de Jesus são os quatro Evangelhos Canônicos, pertencentes ao Novo Testamento. Escritos originalmente em grego, em diferentes épocas, pelos discípulos Mateus, Marcos, João e Lucas. Mateus : O intuito de Mateus e apresentar o Senhor Jesus Cristo como sendo o Messias. Jesus Cristo e o cumprimento das profecias do AT no que concerne ao Messias. Marcos: Marcos teve o intuito de apresentar o sofrimento do Homem que na verdade era o Filho de Deus o Senhor Jesus Cristo. Lucas teve o intuito de apresentar o Senhor Jesus Cristo como o salvador do mundo, ou seja aquele que veio trazer as boas novas da salvação a toda a humanidade. E João teve a intenção de apresentar o Senhor Jesus Cristo como aquele que veio trazer o conhecimento de Deus através da fé no Senhor Jesus Cristo.
1.2. A doutrina de Jesus no Novo Testamento
Nos evangelhos encontramos a doutrina de Jesus, que é superior ao ensinos judaicos orais, tradições ou leis, a doutrina de Cristo pode ser vista no sermão do monte que é bem didático e explicativo daquilo que o Mestre nos ensinou, o padrão do Reino de Deus.
1.3. A tradição evangélica herdada
Sera que hoje estamos vivendo os ensinos de Jesus, vivendo como Jesus, falando como Jesus, agindo como Jesus. Todo cristão devia se fazer esta pergunta diariamente, pois se formos honestos nas respostas veremos o quão distante estamos dos ensinos de Cristo.
2. O legado espiritual
O legado espiritual que Jesus nos despertou para as coisas espirituais, pois até antes do seu nascimento, o homem estava distanciado de Deus, e Jesus veio para reconciliarmo-nos com Deus, e com Cristo hoje estamos assentados nas regiões celestiais e temos todas as bênçãos espirituais em Cristo a nosso dispor.
Paulo diz, “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo” (Efésios 1:3). Paulo está nos dizendo, em essência, “Todos os que seguem a Jesus são bem–aventurados, com bênçãos nos lugares celestiais, onde Cristo está”. Que promessa incrível para o povo de Deus.Entretanto, esta promessa torna–se meras palavras se não soubermos o que são estas bênçãos espirituais. Como podemos gozar destas bênçãos que Deus nos promete se não as compreendermos.
2.1. A justificação pela fé
Visto que a lei não pode justificá-lo, a única esperança do homem é receber “justiça sem lei” (isto, entretanto, não significa injustiça ilegal, nem tampouco religião que permita o pecado; significa sim, uma mudança de posição e condição). Essa é a “justiça de Deus”, isto é, a justiça que Deus concede, sendo também um dom, pois o homem é incapaz de operar a justiça. (Efés. 2:8-10.)
Mas um dom tem que ser aceito. Como, então, será aceito o dom da justiça? Ou, usando a linguagem teológica: qual é o instrumento que se apropria da justiça de Cristo? A resposta é: “pela fé em Jesus Cristo.” A fé é a mão, por assim dizer, que recebe o que Deus oferece. Que essa fé é a causa instrumental da justificação prova-se pelas seguintes referências: Rom. 3:22; 4: 11; 9:30; Heb. 11:7; Fil. 3:9.
Os méritos de Cristo são comunicados e seu interesse salvador é assegurado por certos meios. Esses meios necessariamente são estabelecidos por Deus e somente ele os distribui. Esses meios são a fé — o princípio único que a graça de Deus usa para restaurar-nos à sua imagem e ao seu favor. Nascida, como é, no pecado, herdeira da miséria, a alma carece duma transformação radical, tanto por dentro como por fora; tanto diante de Deus como diante de si própria. A transformação diante de Deus denomina-se justificação; a transformação interna espiritual que se segue, chama-se regeneração pelo Espírito Santo. Esta fé é despertada no homem pela influência do Espírito Santo, geralmente em
conexão com a Palavra. A fé lança mão da promessa divina e apropria-se da salvação. Ela conduz a alma ao descanso em Cristo como Salvador e Sacrifício pelos pecados; concede paz à consciência e dá esperança consoladora do céu. Sendo essa fé viva e de natureza espiritual, e cheia de gratidão para com Cristo, ela é rica em boas obras de toda espécie.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efés. 2:8,9). O homem nenhuma coisa possuía com que comprar sua justificação. Deus não podia condescender em aceitar o que o homem oferecia; o homem também não tinha capacidade para cumprir a exigência divina. Então Deus graciosamente salvou o homem, sem pagar este coisa alguma —”gratuitamente pela sua graça” (Rom. 3:24). Essa graça gratuita é recebida pela fé. Não existe mérito nessa fé, como não cabem elogios ao mendigo que estende a mão para receber uma esmola. Esse método fere a dignidade do homem, mas perante Deus, o homem decaído não tem mais dignidade; o homem não tem possibilidades de acumular bondade suficiente para adquirir a sua salvação. “Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei” (Rom. 3:20).
A doutrina da justificação pela graça de Deus, mediante a fé do homem, remove dois perigos: primeiro, o orgulho de autojustiça e de auto-esforço; segundo, o medo de que a pessoa seja fraca demais para conseguir a salvação.
Se a fé em si não é meritória, representando apenas a mão que se estende para receber a livre graça de Deus, que é então que lhe dá poder, e que garantia oferece ela à pessoa que recebeu esse dom gratuito, de que viverá uma vida de justiça? Importante e poderosa é a fé porque ela une a alma a Cristo, e é justamente nessa união que se descobre o motivo e o poder para a vida de justiça. “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”(Gál. 3:27). “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gál. 5:24).
A fé não só recebe passivamente mas também usa de modo ativo aquilo que Deus concede. É assunto próprio do coração (Rom. 10:9,10; vide Mat. 15:19; Prov. 4:23), e quem crê com o coração, crê também com suas emoções, afeições e seus desejos, ao aceitar a oferta divina da salvação. Pela fé, Cristo mora no coração (Efés. 3:17). A fé opera pelo amor (a “obra da fé”… 1Tess. 1:3), isto é, representa um princípio enérgico, bem como uma atitude receptiva. A fé, por conseguinte, é poderoso motivo para a obediência e para todas as boas obras. A fé envolve a vontade e está ligada a todas as boas escolhas e ações, pois “tudo que não é de fé é pecado” (Rom. 14:23).Ela inclui a escolha e a busca da verdade (2 Tess. 2:12) e implica sujeição à justiça de Deus (Rom. 10:3).
O que se segue representa o ensino bíblico concernente à relação entre fé e obras. A fé se opõe às obras quando por obras entendemos boas obras que a pessoa faz com o intuito de merecer a salvação. (Gál. 3:11.) Entretanto, uma fé viva produzirá obras (Tia. 2:26), tal qual uma árvore viva produzirá frutos. A fé é justificada e aprovada pelas obras (Tia. 2:18), assim como o estado de saúde das raízes duma boa árvore é indicado pelos frutos. A fé se aperfeiçoa pelas obras (Tia. 2:22), assim como a flor se completa ao desabrochar. Em breves palavras, as obras são o resultado da fé, a prova da fé, e a consumação da fé.
Imagina-se que haja contradição entre os ensinos de Paulo e de Tiago. O primeiro, aparentemente, teria ensinado que a pessoa é justificada pela fé, o último que ela é justificada pelas obras. (Vide Rom. 3:20 e Tia. 2:14-16.) Contudo, uma compreensão do sentido em que eles empregaram os termos, rapidamente fará desvanecer a suposta dificuldade. Paulo está recomendando uma fé viva que confia somente no Senhor; Tiago está denunciado uma fé morta e formal que representa, apenas, um consentimento mental. Paulo está rejeitando as obras mortas da lei, ou obras sem fé; Tiago está louvando as obras vivas que demonstram a vitalidade da fé. A justificação mencionada por Paulo refere-se ao início da vida cristã; Tiago usa a palavra com o significado de vida de obediência e santidade como evidência exterior da salvação. Paulo está combatendo o legalismo, ou a confiança nas obras como meio de salvação; Tiago está combatendo antinomianismo, ou seja, o ensino de que não importa qual seja a conduta da pessoa, uma vez que creia. Paulo e Tiago não são soldados lutando entre si; são soldados da mesma linha de combate, cada qual enfrentando inimigos que os atacam de direções opostas.
2.2. Bênçãos da salvação
A primeira benção é a salvação seguida do recebimento do espírito santo.
Vejamos outras bênçãos:
1. Vitória sobre o pecado
2. Vitória sobre o diabo e vida abundante
3. Viver em santidade.
4. Ter comunhão com Deus
5. Acesso ao Pai através da Oração.
6. Somos habilitados a fazer parte da obra de Deus (Igreja)
E muitas outra que nós possamos aproveitarmos as bênçãos que estão a nossa disposição, trabalhemos na seara do mestre, a recompensa será maravilhosa e a veremos na posteridade de glória, junto ao Senhor.
2.3. Um novo padrão ético-moral
Toda a moral de Jesus, assim, se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade.
3. O legado de autoridade
Conforme registra Mateus 20.25-28, após o pedido da mãe de Tiago e João para que seus filhos se assentassem, um à direita e o outro à esquerda de Jesus em seu Reino, o Mestre ensinou que entre os seus o padrão a ser seguido é: quem quiser tornar-se grande, seja o servo dos demais; e quem quiser ser o primeiro, seja o último.
Jesus explica que o padrão por Ele adotado em sua missão redentora: Ele veio ao mundo para servir e não para ser servido e, por isso mesmo, Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome que está acima de todo o nome. Um padrão completamente oposto do que temos visto ultimamente, segundo o qual homens autodenominados líderes se valem do poder e autoridade em benefício próprio, almejando serem servidos pelos liderados, enquanto deveriam se dedicar a servi-los.
Se o próprio Deus deixou a sua glória e se humilhou para se tornar homem, que direito tem o homem de se considerar superior aos seus semelhantes, mesmo que tenha recebido do próprio Deus uma posição proeminente de liderança e autoridade?
No Reino, não há um homem no centro do poder, mas unicamente o Senhor Jesus, a quem todos devem desejar servir. Qualquer ação diferente é abuso de autoridade e poder e desprezo ao exemplo de humildade deixado por Cristo.