“Fugi da fornicação. Todo o outro pecado, qualquer que o homem comete, é fora do corpo; mas aquele que comete fornicação, peca contra o seu próprio corpo” (1 Coríntios 6.18 – Tradução Brasileira).
Infelizmente, muitos exploram certos versículos das Escrituras Sagradas, a fim de manipularem doutrinas. Segundo seus sentimentos depravados e maus, deixam os tais à margem os contextos que fornecem luz para a jornada do cristão e entram pelo caminho enganoso da falsa doutrina (Judas 11-13).
O pecado fora do corpo é o texto de que nos servimos para nossa meditação e ensino.
Em primeiro lugar, façamos algumas considerações sobre o corpo. O corpo é matéria inerte, substância tangível diferente da “carne”, que é o estado decaído da personalidade humana. Segundo o apóstolo Paulo, a “carne” é, em si, inimizade contra Deus (Romanos cap. 8). Também está escrito que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus (1 Coríntios 15.50). Mas o corpo é potencialmente redimido pela obra redentora do Calvário e será glorificado no dia do Senhor (1 Coríntios 6.19 e 15.52).
O pecado fora do pecador. Na Primeira Epístola aos Coríntios 6.18, a palavra “ektós” se traduz por exterior ou fora.
Rohdem assim traduz no seu Novo Testamento: Todos os outros pecados que o homem comete não lhe atingem o corpo.
Parece absurdo, que os apologistas da doutrina filosófica epicurista, achem no versículo supra, o fundamento de sua teoria para cometerem toda a qualidade de pecados, menos a fornicação ou prostituição, que é fora do corpo. Que absurdo! O apóstolo na epístola aos Coríntios não justifica qualquer pecado. Paulo estava demonstrando aos cristãos que todos os pecados são de consequências terríveis, porém, que a prostituição, além de ser um pecado feio, traz para o corpo graves consequências.
Quem lê a história da prostituição religiosa sabe perfeitamente que foi coisa muito praticada no passado entre os pagãos. Especialmente entre os babilônicos e os fenícios, esse pecado era praticado sob inspiração religiosa, bem como em vários países do mundo. Infelizmente, isso ainda hoje acontece.
A prostituição, além de ser um dos grandes pecados, traz para dentro do corpo moléstias que prejudicam não só o corpo do indivíduo mas também os seus futuros descendentes, que podem ser arruinados pelas consequências dos pecados dos pais. Quantas pessoas doentes psicologicamente há por aí, filhos de pais que se arrependem da vida de prostituição que tiveram! Quantas enfermidades passam às gerações futuras, em razão desse pecado! Deveria haver mais cuidado e ordem de saneamento por parte das autoridades nesse sentido. E não seu incentivo como vemos nos dias de hoje.
É com razão que o apóstolo diz: “Fugi da prostituição!”
Com isso não quer dizer que não se deva fugir também dos outros pecados; não, Paulo nessa expressão está salientando o dever de os cristãos se guardarem do pecado, especialmente o da prostituição.
O texto grego diz: “Porneu eis idios soma amartieni”, isto é, a prostituição, para dentro de si próprio (ou do seu corpo), comete (ou traz) pecado.
Isso significa que não se trata de apenas cometer um pecado, mas implica em graves consequências desse pecado para o corpo e para os descendentes, conforme acima explicamos.
O pecado se define em errar o alvo, por querer contrariar a suprema vontade divina; portanto, nesse sentido, tudo que se pratica contra a vontade de Deus é pecado; por exemplo: Saul errou por querer sacrificar contra a vontade e a ordem do Senhor (1 Samuel 13.8-14; 15.10-24). Esse foi um pecado de desobediência e é um grande pecado; mas qualquer pecado, nos afasta da comunhão com Deus (Isaías 59.2; Galatas 5.19-21; 1 João 3.4; Apocalipse 21.8; 22.15). Há outras citações de pecados, nas quais somos advertidos a não cair neles (Lucas 21.34; Efésios 4.17; 5.18; Colossenses 3.5-9).
Porém Paulo não está discutindo a grandeza do pecado, mas a gravidade dos resultados no corpo daqueles que o cometem. Está escrito que o templo do Espírito Santo é o corpo; ora, se o corpo é um santuário, santificado para a divina morada, somos responsáveis em mantê-lo limpo e asseado pela graça do Senhor Jesus, livre de toda a contaminação e mancha, tal como o requer o Senhor (Efésios 5.26,27).
Assim, todo o pecado que concorre para desfigurar o corpo, quer seja a boca defeituosa pelo uso do cachimbo, ou sinais produzidos pelo uso do álcool, drogas, fumo ou ainda distúrbios causados por doenças infecciosas da prostituição, são pecados cometidos para dentro do próprio corpo, com a agravante de se expor ao perigo de perder aqui o seu galardão no dia de Jesus (Filipenses 1.10).
Portanto, o pecado fora do corpo é perigoso como é tudo quanto se acha embrionado no coração humano (Marcos 7.20-23).
O apóstolo Paulo nos diz: “Tendo, portanto, estas promessas, amados, purifiquemos a nós mesmos de toda a imundícia da carne e do espírito e aperfeiçoemos a santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7.1).
Porém, devemos fugir muito mais da fornicação, porque não só é um pecado fora do corpo, mas traz também para dentro do corpo as graves consequências da desobediência que deve ser evitada em nossa vida.
Que Deus nos ajude, em nome do Senhor Jesus! Amém!