Efésios 6:11
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
É imprescindível a necessidade que o cristão tem de vestir-se com a armadura de Deus, na batalha contra o mal.
Nesta lição abordaremos a realidade da existência do mundo espiritual mais especificamente os espíritos maus os demônios. Essa doutrina, apesar de ser posta de lado por muitos estudiosos modernos, nos países mais civilizados, tem sido comprovada por vários estudos no campo da parapsicologia e em manifestações desses espíritos nas igrejas, que mostram a existência de forças estranhas e poderosas, de natureza negativa, e que operam no mundo. Aqueles que rejeitam tais ideias, mui provavelmente o fazem por terem um ponto de vista limitado sobre a formação do universo, supondo inutilmente que o homem, em sua mente pervertida, pode explicar quaisquer fenômenos que de outro modo são classificados como demonismo. Todavia, vários fenômenos ultrapassam em muito a essa maneira de ver as coisas, e males de tipo grotesco e poderoso realmente existem, inteiramente à parte da própria mente humana pervertida, a qual, segundo estamos prontos por admitir, já é bastante maldosa.
O dualismo no mundo espiritual é ideia antiquíssima, alicerçada na experiência humana, que não pode ser abafada pela psicologia moderna, embora seja verdade que esse estudo tem aberto para nós a caverna proibida da mente humana, demostrando que muitos demônios, por muitas vezes, ali habitam. A tentativa de modernização do texto presente, como se Paulo estivesse querendo falar apenas sobre as forças em oposição do bem e do mal, sob o simbolismo de espíritos bons e espíritos maus, furta essa advertência de seu sentido óbvio.
O simbolismo envolve guerra; mas essa guerra ultrapassa em muito aos limites da mente humana, porquanto penetra até mesmo nos lugares celestiais, habitação dos espíritos bons e maus. O próprio homem é um ser espiritual, existindo outros seres de menor poder, como também de poder mais alto, até mesmo de poderes elevadíssimos. E alguns usam seu poder para o bem, mas outros dentre eles fazem-no para o mal.
Nosso propósito é de conferir algumas exortações para nossa vida cristã, que é definida como uma guerra espiritual. Esta lição servirá para sumariar a vida piedosa e prática, em vista das grandes bênçãos espirituais e eternas que nos pertencem por intermédio de Cristo. Ef 1:3 -23.
Em nossa vida cristã, somos forçados a tomar sobre nós os poderes e as virtudes cristãs para a batalha, que é intensa e cheia de perigos. Nas primeiras epístolas de Paulo, parte desse pensamento como é apresentado (ver I Ts 5:8-9 e Rm 13:12); mas aqui ele é completamente desenvolvido.
Ao escrever a presente epístola, Paulo se encontrava em meio à tempestade que se armava, a fim de intensificar a batalha entre o bem e o mal. Ele via que o firmamento se enegrecia, e já podia ouvir o choque de exércitos hostis, ante a aproximação do exército do mal. Não estamos em tempo de descanso, de lassitude, de preguiça. Por isso é que a Palavra de Deus nos conclama às armas espirituais. Pois armas espirituais comuns não bastam. Somente os crentes supridos de armas pelo General celeste podem dar-se bem e serem vitoriosos nessa luta e nenhuma peça da armadura nos foi dada para proteger as costas. Portanto, o inimigo precisa ser enfrentado de frente, sendo derrotado por um esforço e por uma resolução firmes.
Paulo queria que soubéssemos que a vitória sobre o pecado não é coisa pequena. E também não devemos imaginar que é a derrota provocada pelas más influências que podem destruir nossa experiência cristã. Para tanto, é mister o pleno desenvolvimento dos poderes espirituais e da vigilância; e aqueles que negligenciam sobre esses pontos não demorarão a cair vítimas do pecado e suas horrendas consequências. Toda a experiência cristã serve de comprovação disso. E é assim que aprendemos quão intensa e séria é a vida. O homem se desviou para longe de Deus, e somente o poder do próprio Deus pode trazê-lo de volta com sucesso, ao seu legítimo lar celestial, às suas possessões eternas, dentro das quais participará da própria natureza de Cristo.